O Jornal Nacional, da TV Globo, relatou que cerca de 3 milhões de brasileiros perderam o plano de saúde nos últimos quatro anos. Metade é composta por crianças e jovens com menos de 23 anos de idade. Boa parte deles, filhos de trabalhadores que perderam o emprego e o convênio médico.
Um dos motivos para os aumentos das mensalidades dos planos de saúde é o envelhecimento da população brasileira, segundo as operadoras de planos.
Nos últimos três anos, o número de clientes com mais de 80 anos cresceu 62%. São pacientes que podem dar despesas médicas de até R$ 19 mil, em um único ano. Mais de 12 vezes o valor gasto com uma criança ou um adolescente: cerca de R$ 1.500.
Os custos são divididos por todos os beneficiários. Se o número de clientes aumentasse, com uma presença maior de quem dá menos despesa, a conta poderia cair para todo mundo.
“Eu acho que está no momento de a regulação rever, de forma que o jovem seja menos onerado e tenha um valor de mensalidade mais adequado ao seu risco, de forma que ele possa voltar a ter interesse nessa participação”, afirma a presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiro Mendes.
Existe outra razão que afasta as pessoas deste mercado: os planos individuais, que têm os reajustes controlados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), praticamente sumiram do mercado.
“A gente percebe que não há oferta suficiente de planos individuais no mercado. É muito difícil a pessoa encontrar um plano de saúde, e quando ela encontra, o valor inicial do plano acaba sendo muito elevado”, explica Ana Carolina Navarrete, pesquisadora em Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
Outra opção para os jovens, pode ser o plano de saúde com coparticipação. A mensalidade é menor porque o cliente paga uma parte do que usa, por isso, é vantajoso para quem utiliza menos. Esse tipo de convênio existe desde 1998. No mês de julho, a ANS publicou uma regulamentação para eles e para os planos com franquia. Mas foi questionada pelo Supremo Tribunal Federal e teve que voltar atrás.
As novas regras serão discutidas em uma audiência pública, marcada para dia 4 de setembro, no Rio de Janeiro.
Fonte: SindSeg SP.
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